sábado, 9 de abril de 2011

Menina não entra?


O verdadeiro Clube do Bolinha em literatura é Moby Dick, de Melville: um navio baleeiro, o Pequod, em que mulher não entra, onde todo um universo é criado à parte, no qual elas sequer parecem existir. Mas há vários outros exemplos. Em A Biblioteca da Piscina, de Alan Hollinghurst, mulheres são apenas mencionadas de passagem, isso quando são (fala-se algumas vezes na irmã do narrador, mas a madame nunca dá as caras). Mas, Hollinghurst, gay assumido e militante, é um contemporâneo nosso. Nos tempos de Melville não havia o "mundinho" de saunas, boates, e clubes com dark-room.

O escritor e crítico John Updike na sua esplêndida coletânea de ensaios Bem Perto da Costa levantava a hipótese da homossexualidade de Melville, que em sua juventude havia sido marinheiro, mas Updike nem precisava chover no molhado. Ismael, o narrador de Moby Dick, após dividir a cama com o abórigene Queequeg numa hospedaria, informa que "nunca passara uma noite mais agradável em toda sua vida". Tá, meu bem?

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