sábado, 9 de abril de 2011

Canastrices

Ivan Lessa, na BBC Brasil, destaca a constante canastrice de Liz Taylor em seus filmes. Mas Taylor, que poderia ter sido só um rostinho bonito em filmes banais (como Cameron Diaz em geral é), foi "canastrona" em alguns dos mais ousados e inesquecíveis grandes filmes de Hollywood, como Gata em Teto de Zinco Quente, Os Pecados de Todos Nós e Quem Tem Medo de Virginia Woolf?

Para mim, um dos maiores canatrões da história do cinema é James Mason. Incontáveis filmes que ele protagoniza poderiam ter sido melhores sem a sua escalação. Especialmente Lolita, de Stanley Kubrick, em que Mason está simplesmente repulsivo, sem um pingo da ironia venenosa de Nabokov.

O ator canastrão raramente é notado pela turma da pipoca ou admiradora de TV. Se o sujeito faz o tipo boa-pinta ou cheio de carisma, acaba endeusado por legiões inteiras de fãs, que não lhe percebem as limitações (alguém me explica o sucesso de Murilo Benício?).

Durante décadas considerei Robert de Niro e Al Pacino tentativas mancas de se tornarem "o novo" Marlon Brando. O problema não era a atuação de ambos, mas o modelo que elegeram: Brando era um ator genial, sem excessos, sem maneirismos, ou seja, um padrão elevado demais para alcançarem.

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