sábado, 25 de setembro de 2010

Que Mário?

Como é saudável a obra de nossos primeiros modernistas. O coloquialismo saboroso das Crônicas de Belazarte, de Mário de Andrade, não datou, diferente do concretismo vanguardeiro dos irmãos Campos. Oswald de Andrade é inteiramente admirável. Uma biografia da bela Tarsila do Amaral me traz de volta a fina ironia da "paulicéia desvairada" dos anos 20. Nestes tempos culturalmente áridos, de pop niilista pregando um vazio estilístico como mote único, estamos carentes de inovações inteligentes e bem-humoradas.

Bomba! Bomba! Bomba!


A bomba "Lula: O Filho do Brasil" foi selecionada por um júri oficial para representar o Brasil na disputa pelo Oscar. Uma escolha um tanto duvidosa, não apenas por motivos estéticos, mas porque este é um ano de disputa eleitoral, em que Lula se projeta na campanha de sua candidata como se candidato fosse.

Os cineastas que votaram por unanimidade no filme alegam que não teriam "intenções políticas" ao fazerem a escolha, é o que sugere o Ministério da Cultura, enquanto comemora a decisão "imparcial" dos tais sujeitos. Querem nos convencer que Lula é um personagem forte, internacional, que pode comover a Academia. Convém lembrar que mesmo com 80% de apoio popular ao presidente, além de uma gigantesca propaganda oficial e uma farta distribuição em salas de cinema, "O Filho do Brasil" foi relegado às baratas por aqui, arrecadando uma pífia bilheteria.

Além do mais, Lula é um notório pé-frio. Todos os personagens fortes do seu governo - exceto madame Dilma - caíram após denúncias, mensalões e outros escândalos. Sobrou azar até para o diretor da sua cinebiografia edulcorada, que está atualmente em coma. "O Filho do Brasil" é uma escolha no mínimo conveniente para cineastas que dependem do financiamento oficial para realizarem bombas que afastam o público, mas que rendem prestígio e dinheiro de financiamento a seus realizadores.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vulgaridades


Eleições aqui no Maranhão me lembram aquela piada suja que alguém conta numa mesa de bar e da qual ninguém ri, mas todo mundo fica sorrindinho amarelo, de tanto constrangimento.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Senta que lá vem história


Primeiro uma bronca: Atualmente não tem um único filme que preste em cartaz nas salas de cinema de SL. Só o pioral. Não é à toa que espero ansiosamente pelo novo filme de Tarsem Singh (foto), o diretor das maravilhas contemporâneas Dublê de Anjo (The Fall) e A Cela (aquele em que a a popozuda Jennifer Lopez mergulhava virtualmente no estranho imaginário de um serial killer).

Dublê de Anjo, um cult total, talvez seja o filme mais lindo, plasticamente falando, que já vi na vida, e ainda contava uma bela história. A alta qualidade dos trabalhos anteriores do diretor indiano justificam a grande expectativa criada agora em torno de Immortals, o novo projeto de Tarsem, que deve estrear por aqui (se os deuses do cinema conspirarem a favor) na segunda metade de 2011. Crianças, não morram até lá.

Um fragmento bem hard do novo filme:

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tributo

Aqui vai uma cena da comédia francesa "Gainsbourg" (ainda inédita no Brasil) que conta com uma participação especial e bem divertida do cineasta Claude Chabrol nums de suas últimas aparições no cinema. Ele interpreta um chefão de gravadora e o detalhe são as caras e bocas que faz quando Serge Gainsbourg e Jane Birkin lhe apresentam o hit erótico e escandaloso "Je T'Aime Moi Non Plus".

domingo, 12 de setembro de 2010

Cinema

Nunca mais veremos um novo filme de Claude Chabrol, o diretor francês do magnífico O Açougueiro (foto), um dos maiores suspenses psicológicos de todos os tempos (digno do melhor Hitchcock, de quem Chabrol era um discípulo aplicado).

sábado, 11 de setembro de 2010

Poesia brasileira contemporânea?


Sempre achei um saco a poesia de Nelson Ascher e de Armando Freitas Filho. Ascher não tem a menor noção de ritmo e sequer uma dicção decente, e como todo aedo formalista é um sub-sub-Cabral. Freitas Filho é um poeta? Me soa mais como um prosador que por acaso escreve versos.

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Mas ainda tem pior: a transvanguarda pós-concretista, absolutamente ilegível.

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Outra praga é o poeta-letrista de MPB. Figurinhas prestigiadas do pop que se lançam na seara da poesia. Um dia ainda veremos rappers na Academia Brasileira de Letras.

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Exceções sempre há, como os Nejar, pai, filho e mãe. E Antonio Cícero, Nauro Machado, Ferreira Gullar. Dos novos novíssimos dá para pinçar um ou outro nome, mas em geral os esqueço.

Obs: Em Portugal, berçário da língua, tem coisas bem mais relevantes nascendo agora mesmo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mea Culpa

A minha falta de memória em relação a assuntos mundanos vive me levando a cometer gafes desastradas!

Uma solução seria encaixar a vida em agendinhas. Mas...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Rol


O Listal é um site muito divertido para os que, como eu, compartilham a estranha mania de elaborar listas de melhores isso ou aquilo (mania que o escritor inglês Nick Hornby parodiava com muita graça em seu romance Alta Fidelidade).

Já comecei a elencar meus livros e filmes favoritos por lá. Mas estou só no comecinho. Serve ao menos para matar o tempo antes que o tempo nos mate.