domingo, 29 de abril de 2012

Dom Bigode


Caricatura que fiz hoje de madrugada, no Paint Brush.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O incêndio dos aspectos



"Os Primos", de Claude Chabrol, mostra-nos o ressentimento, a inveja e a perversidade destrutiva de pessoas que passam por ingênuas e boazinhas. É uma aula de como inverter as expectativas do público.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Duas verdades incômodas que devem ser ditas

Em meio a toda a repercussão da morte do jornalista Décio Sá (aliás, Aldenísio), o que me causa mais espanto e até indignação, foi ler que o velho oligarca José Ribamar Sarney, assim como eu, vocês e todas as pessoas decentes ou indecentes deste estado, também considerou o crime uma grave ofensa "à democracia e à liberdade de expressão".

Fico pasmo com nossos poderosos donos de jornais e tvs. Porque aqui no Maranhão só existem duas possibilidades para um jornalista exercer "a democracia e a liberdade de expressão" em algum órgão da nossa imprensa oficial: ou puxando o saco dos Sarneys ou babando o ovo da oposição.

Outra coisa que me incomoda, a despeito da horripilante barbaridade e ato de covardia que foi esta morte de encomenda, é o fato de alguns já estarem santificando o falecido como uma espécie de mártir e paladino da livre imprensa. Com todo respeito à família do jornalista, mas o sujeito em questão foi uma das figuras mais duvidosas ética, profissional e pessoalmente que já conheci na vida. Só espero que agora descanse e que seja deixado em paz.

Muito assustador o fato de que os assassinatos de jornalistas só têm crescido no nosso país. E todos já sabem que o Brasil trombou de frente com a UNESCO na discussão desta questão, junto com o Irã e o Paquistão, dois péssimos exemplos de modelos "democráticos" a serem seguidos. Estes são tempos verdadeiramente sombrios para jornalistas, maranhenses e brasileiros em geral.

Esperando o Iluminismo chegar



O índice de 64% de satisfação popular com Dilma, ainda que muitos desejem o retorno de Lula, parece um paradoxo, mas reflete cristalinamente como encaramos a política por essas bandas do planeta. No Brasil há essa crença coletiva de que o governo seja o único responsável pela sorte e destino de todos, pois entre nós impera desde tempos imperiais a visão de que um cargo no poder é uma espécie de unção divina. Em política ainda não saímos do Absolutismo, esquerda ou direita coroada no poder. Como humildes súditos do Rei, não nos consideramos dignos de andar, pensar ou agir por nossas próprias pernas. Queremos que a Trindade “Estado, Deus e Presidente” cuide de tudo por nós e proteja-nos de nossas próprias e perigosas vontades.

Tardio

Sou um crítico de arte, leitor e cinéfilo muito tardio. Enquanto as pessoas todas ficam alimentando ilusões e esperanças quanto ao futuro, eu estou sempre "descobrindo" o passado. Tenho plena consciência de que cheguei muito atrasado ao banquete: agora só restam ossos e migalhas na mesa. Mas há quem se delicie com os restos, as raspas e o lixo cultural de nossa época.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Livrinho

Já tentei ler "On The Road", de Jack Kerouac, mas fracassei redondamente: é tão incrivelmente mal escrito que não é para mim. Está mais para a (má) datilografia do que para a literatura. Muita gente boa vive falando com entusiasmo da tal "Geração Beat", mas essa foi uma das poucas lorotas em que nunca caí.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

(B)Oi na Linha

Como dizia Paulo Francis, para tomar um banho de vulgaridade, basta pôr o pé na rua. As pessoas e as empresas estão cada vez mais ostensivas de sua falta de educação e no desrespeito a regras mínimas de civilidade.

Empresas como a Oi tratam seus clientes como gado, concluo, após tentar cancelar minha linha fixa. Foi um parto ser atendido. Porque primeiro fui a um posto no shopping São Luís e solicitei o cancelamento. A mocinha me disse que para cancelamento só indo na Oi do Parque Bom Menino. Como boa besta, fui à Oi do Bom Menino. Chegando lá, depois de fila, a pré-atendente me informou que para cancelamento só me dirigindo à Oi do Viva Cidadão, na Praia Grande. então peguei o terceiro ônibus do dia e fui à Oi do Viva Cidadão, que estava entupido de gente.

Para minha quase sorte, na Oi só havia duas pessoas na minha frente. esperei uns bons trinta minutos e finalmente pude ser atendido por um rapaz. Que para fazer o cancelamento passou-me um telefone, para eu falar com um atendente. (Falar com alguém da Oi ao telefone é impossível, pois eles te deixam muito tempo na espera, em vão, e não resolvem teu problema, e depois a linha cai). Só que eu não conseguia ouvir a atendente. A ligação estava péssima. Tentamos de novo, e dessa vez era o novo atendente que não conseguia me ouvir. Tentamos uma terceira vez e uma quarta, mesmo problema.

Eu já estava achando que toda aquela de história de que "não consigo ouvir o senhor" era embromação, pois cada um dos diversos atendentes com quem falei só me dizia isso depois que eu solicitava cancelamento de linha.

Sugeri que tentássemos de outro aparelho, já que a linha ali "não funcionava" (Um absurdo completo, pois se trata de uma das maiores companhias telefônicas do país e me pergunto: como é que eles não têm uma só linha decente para que os clientes possam falar com eles?)

No novo aparelho, consegui soar inteligível a uma atendente, enfim. Mas ela me abandonava sempre, pedindo para eu esperar "um instantinho", que se arrastava por décadas de silêncio do outro lado da linha, ou então, o mais comum, enquanto a atendente não falava comigo era ouvir outras vozes tagarelando e também sonoras risadas. Vai ver a piada éramos nós, os clientes. A atendente voltou, depois de me deixar esperando Godot, só para me informar, triunfal, que a minha linha estava bloqueada "por falta de pagamento". Retruquei que desconhecia esse fato. e, como nunca deixo de pagar todas as minhas contas (e guardo por décadas os recibos), perguntei: que meses são esses que eu não paguei? "Março e abril", disse ela. "Olha, minha querida, março foi o mês passado e a fatura de vocês simplesmente ainda não chegou, quando chegar eu pagarei, como sempre faço" - expliquei me contendo - "e abril é o mês corrente, como é que eu vou fazer o pagamento de abril se abril ainda nem acabou"? E completei:

- Mas o que tem a ver? Se eu estiver devendo conta porque vocês não enviaram as faturas ainda, isso quer dizer que não posso fazer o cancelamento?

- Pode sim, queira aguardar só um momentinho.

Depois de ficar quase 50 minutos esperando que a atendente me desse alguma resposta sobre a minha solicitação, perdi a paciência com todo aquele abuso. Quando uma outra cliente, uma senhora ao meu lado, reclamou que também tentava, tentava, e não conseguia cancelar sua linha (ontem mesmo telefonaram para ela, que havia solicitado cancelamento há mais de cinco dias) e ao ouvir ela dizer que iria ao Procon, eu desabafei: "E eu que sou jornalista, acho que vou escrever uma matéria a respeito disso tudo..."

Santas palavras mágicas. Alguns minutos após ter dito isso, a moça que estava no computador se prontificou a me ajudar, acessou pela Internet o número do meu protocolo de cancelamento, dispensando-me do mico de aguardar mais meia hora pela atendente.

Dizendo eles que o meu cancelamento ocorrerá até amanhã. Não sei, não. A Oi, a meu ver, só tem conversa para (B)Oi dormir.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Sabor de Infância

Apesar de maranhense legítimo, a minha "maranhensidade" nunca foi lá grandes coisas: detesto guaraná Jesus, chamo juçara de açaí mesmo e nunca aprendi a diferença entre a Catirina do Bumba-Boi e o Beco da Catarina Mina.

Mas dia desses, na gôndola do supermercado, fiquei intrigado com um pote de geleia de cupuaçu -  comprei, provei e devo admitir que me senti do mesmo jeito que aquele impiedoso crítico gastronômico de Ratatouille ao saborear um prato preparado por ratazanas: achei uma delícia tão grande que me fez lembrar da própria infância.

Não quer dizer que com esta doce epifania eu tenha deixado de ser enjoado e sucumbido de vez às maravilhas da ilha. Ainda vai levar um tempão para eu aprender a tolerar a batida das matracas e a dançar o Cacuriá.

Retrato em Preto e Branco

Quando eu era moço, mas nem tanto, a juventude deste país era quase toda "collorida". Pois quando essa mesma juventude se deu conta de que a realidade política não era exatamente um arco-íris decidiu pintar a cara e ir às ruas. Caras pintadas de preto, como protesto contra a "colloração" anterior.

Hoje tenho impressão de que a maioria dos jovens não têm mais cores políticas. As cores da Bandeira sempre me pareceram um tanto desbotadas. Mas agora as coisas andam cinzentas...

sábado, 14 de abril de 2012

Frustração

Como entomólogo amador especializado em colecionar lepidópteros (foto), a minha grande frustração científica foi ter perdido o mágico momento em que todas as medonhas lagartas forrozeiras de São Luís se metamorfosearam em pavorosas borboletas sertanejas.

É ou não é, eis o raio-x da questão

O escritor brasileiro é aquele sujeito que passa horas pelejando com as palavras, e que só se levanta com a sensação de dever cumprido depois que compara os seus próprios esforços ao que de melhor produziram os grandes imortais da literatura universal. Satisfeito por não se julgar inferior, ele finalmente nota os roncos nada modestos da sua barriga autoral, e deixa a casa para ir entubar um hot dogão na esquina. Ao passar pelos vizinhos, tira o chapéu para cumprimentá-los. Quando o escritor brasileiro some, virando a esquina, todos comentam exatamente a mesma coisa que a crítica literária vem declarando há anos a seu respeito: “esse cara só pode ser um débil mental!”

Tempo, tempo, tempo: mano velho


O tempo passa correndo e nada comprova mais a desabalada pressa da vida moderna do que percebermos nitidamente as nossas mudanças de comportamento através de todos esses anos.
Quando se passa, por exemplo, a iniciar frases com expressões como “Antigamente” ou “No meu tempo”, é fatal. Já estamos velhíssimos. Antigamente, no meu tempo, eu jamais começava uma frase assim...
Envelhecer é um processo natural, mas também me parece natural tomar um leve susto diante das principiantes rugas e dos fios brancos precoces na cabeleira (quando ainda se possui uma).
Há quem tente remediar o estrago, recorrendo a plásticas ou a tinturas, mas, convenhamos, tais medidas devem ser confiadas apenas às mãos de profissionais competentes, caso contrário algumas dessas operações ou tratamentos acabarão obtendo resultados pouco satisfatórios, para não dizer desastrosos.
É muito lisonjeiro dizer que uma pessoa parece mais jovem do que de fato é, pois a maioria aparenta mais idade do que possui. Vejam aquele filme que mostra a vida da cantora Edith Piaf. Eu sei que ela sofreu horrores, mas quem nessa vida não sofre, padece. O tempo dá suas bordoadas em todos.
E aquela pergunta da madrasta da Branca de Neve ao seu espelho mágico: “Tem alguém mais linda do que eu?” é, obviamente, a pergunta que qualquer pessoa narcisista (e todo mundo é nem que seja um pouquinho) jamais deveria fazer. Pois, não importa quão belo, jovem e atraente você é ou foi: sempre haverá alguém mais belo, jovem e atraente do que você nesse mundo.
Envelhecer é uma cruz maior para as mulheres. Pois, ainda que um homem seja considerado inequivocamente velho, caso possua dinheiro terá o mundo inteiro jogado a seus pés. Com as mulheres o caso é diferente, a vaidade pesa bem mais, e mesmo as multimilionárias, não tenham dúvidas, dilapidariam suas enormes fortunas para terem de volta o irrecuperável viço dos seus vinte anos, ou até mesmo de uns meses atrás.
As mulheres agem assim porque pensam que serão implacavelmente condenadas se não continuarem atraentes. E os juízes mais cruéis delas nem são os membros do sexo oposto, mas as suas rivais, que se aperfeiçoam cada vez mais na arte de enganar o tempo. Isso porque tanto no jogo do amor quanto no concorrido mercado do sexo são supervalorizados os atributos físicos invejáveis da juventude, embora, na maioria das vezes, poder, dinheiro, inteligência e charme pessoais pesem mais na balança para a escolha de um(a) parceiro(a).
Somente aqueles que, definitivamente, se consideram fora do páreo se dão ao luxo perigosíssimo de descuidar da aparência. É o caso de tanta gente casada, comprometida ou enroscada que eu conheço. Mas há sempre riscos nessa atitude:
"Bola? Eu chuto!" – disse uma vez o meu irmão, com aquela sinceridade irônica típica dos adolescentes, à namorada, só porque a moça acabou engordando umas gramas nas férias. Aqueles que nunca foram chutados apesar de roliços devem ser as pessoas mais felizes do planeta.
Aceitar a passagem do tempo não é para todos. Como aceitar a ideia do envelhecimento, das doenças e da morte se essa é uma pílula amarga demais de se engolir? Hoje em dia, fala-se muito em buscar uma maior qualidade de vida, e as pessoas parecem ter duas opções: envelhecer bem ou envelhecer bem mal.
Exercitar-se, ocupar o corpo e a alma, comer comida saudável, evitar o álcool e o cigarro, etc. Somos bombardeados diariamente pelas dicas de como viver melhor da televisão, das revistas, da Internet, e até mesmo em nossas rodas de amigos (que é melhor não exagerarem muito nos conselhos saudáveis para não correrem o risco de perderem os amigos).
Mas o fato é que se pode chegar, sim, a uma velhice mais saudável e mais sábia. Antigamente (lá vou eu...) as pessoas sabiam envelhecer com uma aura digna. Eram chamadas (quando mais conservadas que as outras) de coroas enxutos (risos). Nada contra tingir os cabelos para não se parecer com a bisavó dos outros, mas há quem troque os pés pelas mãos. Hoje se veem muitas mães idênticas às filhas, querendo falar e se vestir como se fossem mais uma coleguinha da turma e não mães. E tem muitos homens incapazes de lidar com a própria maturidade, que ficam morando com os pais até aos quarenta, ou mais, completamente dependentes. Essas e esses querem permanecer como menores de idade eternos. São um sintoma de nossos tempos, de uma cultura infantilizada que vende a ideia furada de que seremos jovens para sempre.
Tanta ênfase e foco na juventude faz com que o idoso e tudo o que ele representa sejam menosprezados. É um fato muito sério, e num país em que a idade média da população só vêm aumentando, chega a ser escandaloso. Os jovens que desdenham ou até maltratam os mais velhos parecem ignorar o fato de que um dia também envelhecerão, adoecerão e morrerão. Adquirir essa consciência já implica em maturidade, e como sabemos hoje a garotada foge da maturidade como o diabo foge da cruz.
 Tais jovens e muitos adultos metidos a garotões encaram a velhice dos outros como se fosse uma comédia ou uma tragédia pessoal. Não o processo natural de quem veio tocando o barco ao longo de muito tempo. Como a medicina e a tão propalada adoção de hábitos saudáveis ajudam a prolongar bastante o tempo de vida das pessoas, o ideal era que os extremos etários da nossa sociedade aprendessem a conviver mais e melhor com as suas diferenças. Que todos trocassem experiências e conhecimentos entre si: jovens e idosos.
Afinal, seria muito útil uma campanha na tevê que conscientizasse as pessoas de que todos nós começamos a envelhecer e a morrer desde o momento em que somos concebidos.

Coisas que eu fazia antes e agora não faço mais

1. Ler qualquer tipo de livro

Antes eu devorava todo e qualquer tipo de livro que me caísse nas mãos. Os bons, os maus e os mais ou menos. Depois, como aqueles pacientes que recebem umas reprimendas de seus cardiologistas, eu comecei a restringir a minha gulodice. Passei a selecionar mais as minhas leituras e a refinar os meus gostos literários. Tomando o devido cuidado de só ler os bons autores. Mas claro, é preciso aprender a separar o jóia do joio. Não é preciso ter um sexto sentido aguçado pra se perceber quando se está diante de um grande autor ou de uma besta completa. Basta ler as primeiras palavras do livro. Todo escritor tem a obrigação moral de escrever bem. E se, ainda na largada, ele não escreve bem, é porque não passa de um impostor. Muitos dos mais aclamados autores de sucesso se examinados com atenção pelo leitor não passarão de medíocres digitadores de textos e é recomendável passar ao largo de suas obras. Claro está que um sujeito que dê títulos como “Brejal dos guajás” ou “Marimbondos de fogo” a seus calhamaços não tenha a menor noção de como se exerce o seu ofício.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Facetruques

Rede social é um local cheio de pessoas sem nada para dizer, mas que ficam dizendo uma montanha de coisas.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Descoberta


Só a poesia me salva, só a palavra me justifica, só a escrita me redime da minha monótona insignificância.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Água de Pedra


Pesquisando textos que falem sobre São Luís para ajudar uns amigos num projeto, logo eu me dei conta: quase não tenho livros que falem sobre São Luís. De cabeça, lembro do Poema Sujo, do Ferreira Gullar, que é, todo ele, sobre nossa cidade e de algumas coisas contidas na Luta Corporal. Assim como lembro das primeiras palavras de O Mulato, do Aluísio Azevedo, que fazem alusões ao calor tão típico daqui. Mas nem tenho esse livro. E lembro de um ou outro soneto do Nauro Machado, que não são exatamente lisonjeiros com SL. E é só. De Bandeira Tribuzzi não li nem conheço nada. Josué Montello, piorou. De modos que a tarefa se revelou das mais árduas, tipo extrair água de pedra. Vão desculpando aí, meus amigos, que o negócio tá ruço.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Vivo ou Morto?

A Vivo e outras empresas têm essa mania ridícula de dar telefonemas para a santa paz do meu lar anunciando serviços e ofertas que não me interessam, e o que é pior, nem há um ser vivo por trás dessas ligações, e sim uma horrível voz gravada, impessoal, cretina. Como me recuso a ouvir as falas de uma máquina, e insisto em ser tratado como ser humano, devo parecer muito, mas muito mesmo, antiquado.

Livros? Pra quê?


Fico inconformado com o suposto "progresso" da nossa ilha, com xópins novos para o consumo de toda sorte de tralhas, exceto livros. Podem reparar: não há livrarias nem sequer bancas de revistas nos dois mais recentes templos de consumo direcionados paras as classes A, B, C... parece até que a ignorância se tornou nossa característica oficial: que os maranhenses todos esqueceram o abecê, e como bons analfabetos de pai e mãe, não leem nem escrevem coisa alguma.

As coisas são bem diferentes em toda e qualquer capital desse Brasilzão afora, pois há muitas cidades que não ficam se orgulhando tanto de sua cultura (como São Luís. que apregoa aos ventos ser um berço de poetas e intelectuais), mas em compensação, nessas cidades encontram-se lojas de livros, dvds, cds, etc descomunais como a Livraria Cultura, a Saraiva ou a Fnac, que por aqui não se atrevem a abrir nem uma birosca.

As pessoas me dizem: "Ora, aqui essas livrarias não encontrariam compradores. Aqui ninguém lê. Aqui as pessoas mal sabem assinar o nome." O que me parece sintomático de nosso atraso cultural, educacional e como povo. Uma cidade às margens de qualquer civilização? Gente, e as tais universidades? Elas estão aí para quê? Porque os colégios da nossa ilha, não tenho a menor dúvida, se ensinam algo, e devem ensinar, afinal são todos muito caros, não tem tido êxito nenhum em letrar os jovens. A garotada por aí, espero estar enganado, mas não creio, me parece ter ódio de livros.

Nossas poucas, cada vez mais raras livrarias e lojas de cds ou dvds fecham as portas, incapazes de competir com as grandes livrarias da Internet ou mesmo com camelôs de esquina (que podem comerciar produtos piratas à vontade, sem pagar impostos). Não é à toa que São Luís parece ter parado no tempo. Não é respeito a tradições do passado. Simplesmente nossa cidade foi riscada do mapa cultural.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

Hein?

Não, eu não curti:


- O disco brega da Marisa Monte;

- O Sítio do Picapau Amarelo em desenho animado;

- O BBB12;

- O final, o começo e o meio da novela Fina Estampa;

etc.