terça-feira, 24 de abril de 2012

Duas verdades incômodas que devem ser ditas

Em meio a toda a repercussão da morte do jornalista Décio Sá (aliás, Aldenísio), o que me causa mais espanto e até indignação, foi ler que o velho oligarca José Ribamar Sarney, assim como eu, vocês e todas as pessoas decentes ou indecentes deste estado, também considerou o crime uma grave ofensa "à democracia e à liberdade de expressão".

Fico pasmo com nossos poderosos donos de jornais e tvs. Porque aqui no Maranhão só existem duas possibilidades para um jornalista exercer "a democracia e a liberdade de expressão" em algum órgão da nossa imprensa oficial: ou puxando o saco dos Sarneys ou babando o ovo da oposição.

Outra coisa que me incomoda, a despeito da horripilante barbaridade e ato de covardia que foi esta morte de encomenda, é o fato de alguns já estarem santificando o falecido como uma espécie de mártir e paladino da livre imprensa. Com todo respeito à família do jornalista, mas o sujeito em questão foi uma das figuras mais duvidosas ética, profissional e pessoalmente que já conheci na vida. Só espero que agora descanse e que seja deixado em paz.

Muito assustador o fato de que os assassinatos de jornalistas só têm crescido no nosso país. E todos já sabem que o Brasil trombou de frente com a UNESCO na discussão desta questão, junto com o Irã e o Paquistão, dois péssimos exemplos de modelos "democráticos" a serem seguidos. Estes são tempos verdadeiramente sombrios para jornalistas, maranhenses e brasileiros em geral.

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