sexta-feira, 30 de março de 2012

A Nous Amours


Amo de paixão os filmes do diretor francês Maurice Pialat. Suas imagens são de um realismo nu, seus diálogos (muitas vezes improvisados) são ferinos e precisos, seus personagens são absolutamente críveis como gente e as situações mostradas lembram que a vida pode ser um inferno, mas tem lá os seus momentos.

O cinema de Pialat dá continuidade, a seu modo, a uma longa tradição literária francesa, que é maldita na atitude e venenosamente antiburguesa no sentimento, dando um tapa na cara da sociedade, como em Baudelaire, Verlaine, Rimbauld, Gide, Villon, Genet, e sobretudo, em Gustave Flaubert.

De seus filmes, destaco Loulou (foto), com os desempenhos sublimes de Isabelle Huppert e Gérard Depardieu, A Nossos Amores (1983) e Infância Nua (1968).

"Prefiro um vagabundo que trepe bem a um ricaço que me encha o saco", diz a magnífica Huppert ao ex-marido chato e brutal, que pede para ela voltar para casa. Touché.

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