quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pedaladas


O trânsito em São Luís é caótico. Há um excesso de veículos e pouquíssimas vias, nenhum guarda de trânsito por perto, faixas de pedestres apagadas, crateras carcomendo o asfalto, engarrafamentos, batidas e atropelamentos todos os dias. Um horror.

Daí que outra noite, conversando com uma amiga, numa festinha, ela me aconselhou a adquirir um carro. Garantiu-me que um carro é sinônimo de liberdade. E de status social (isso ela não disse, mas estava subentendido). Eu discordei, dizendo que carro era sinônimo de dor-de-cabeça, isso sim, levando em conta a falta de infra-estrutura viária de nossa cidade e a brutalidade de nossos motoristas, que não vejo respeitarem ou sequer conhecerem as regras do trânsito, pondo em risco a vida de muitas pessoas.

No ano passado tomei uma resolução definitiva. Detalhe: não sou um sujeito muito definitivo, mudo muito de opinião. Mas decidi que nunca, jamais, em hipótese alguma, comprarei um carro. Não, eu não sou o tipo de crente que associa carro à felicidade e à bem-aventurança. Sou um usuário de ônibus assumido (o que é chato, porque nossos ônibus são muito velhos, sujos e estão quase sempre lotados) e quando dá pego táxi de linha (evito os táxis piratas). Mas na verdade quero radicalizar. Estou seriamente tentado a comprar uma bicicleta.

Sim, bicicleta. Meu serviço fica razoavelmente perto do meu apê (são só 15 minutos indo a pé). E sempre achei bicicleta o máximo. Faz um bem danado para o corpo e não polui. Mas infelizmente em SL não temos ciclovias. E nem avenidas decentes. Resultado: no meio do nosso trânsito louco, muitos ciclistas acabam atropelados. Outro horror. Minha vontade era de encabeçar um movimento recomendando as pessoas a venderem seus automóveis e substituirem-nos por bicicletas. E exigir da prefeitura a criação de ciclovias. Faria um bem danado para a nossa cidade, tão poluída, tão engarrafada, tão estressante...

Uma ideia dessas será que daria pé? Ou, pelo menos, algumas pedaladas?

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