terça-feira, 17 de maio de 2011

Dois filmes


Dois dos filmes mais belos, sensuais e imperdíveis a que já assisti: Elvira Madigan (1967), de Bo Widerberg, e Pai e Filho (2003), de Aleksandr Sokurov.

O primeiro é uma obra verdadeiramente romântica, que mostra a trágica paixão entre um oficial da cavalaria sueca e uma acrobata de circo. Ele abandonou o posto, a mulher e dois filhos pequenos para fugir com a lindíssima Elvira Madigan. Ambos esbanjam juventude e beleza, mas são profunda e narcisicamente egoístas. A história é baseada num caso verídico e o final suicida é anunciado logo no prólogo do filme (Na primeira cena pensamos que os dois estão mortos na relva). O local em que Elvira e o seu tenente estão enterrados até hoje é visitado por casais e amantes do mundo inteiro.

O segundo filme é um grande exercício de arte e estilo de Sokurov, ao mostrar em imagens carregadas de tensão sensual (e tesão quase homossexual) o amor entre um pai e seu filho adolescente. Há um hiato gigantesco, de palavras não ditas aqui. De subentendidos. De olhares fatais (todos os personagens deste belíssimo filme são fatais). Há um clima meio que de sonho e de desejo constante. Há belos corpos e rostos. Há o temor da morte e da ausência do ser amado. O filme é um daqueles pratos refinados com os quais os psicanalistas se deliciam.

Enfim: São filmes sublimes, que dão vontade de recomendar para todo mundo que se conhece. Aluguem o DVD, baixem, comprem, emprestem, gravem, roubem. Não percam por nada.

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