domingo, 3 de junho de 2012

Voltamos!

Oi, lembram-se de mim? Faz tempos que não escrevo nada por aqui. Ando atarefado e estudando muito. O estado deplorável de nossa ilha não me dá muito ânimo de sair da toca. Principalmente agora, quando começa o período junino, e tudo se resume a boi e matracas nesta cidade. Há quem se divirta olhando essas coisas, e não me espanto, há quem se divirta mesmo em velórios. Tento me desinfetar do contagiante provincianismo local lendo bastante. Estou me regozijando aos bocadinhos com o "Diário da Corte", do Paulo Francis. Quanta falta faz ao Brasil um sujeito de gênio crítico como Francis! Especialmente em tempos grotescos como o nosso. Imagino o pau que ele não escreveria, achincalhando quem merece ser achincalhado na desgraceira que virou a vida sob a classe governante deste país. Francis quebrou a forma com a qual moldou a si mesmo, não deixando discípulo na imprensa oficial, ou blogueira, que o igualasse em erudição, sagacidade e graça. Ainda não apareceu ninguém com um terço do seu brilho intelectual, ou que concorra com seu talento imenso no manuseio das palavras. Também ninguém supera o seu delicioso coloquialismo nem exibe a força de suas opiniões. Polemistas, há alguns, mas nenhum digno de nota. Como ficou chato ler jornal no Brasil, que não deixa de ser uma obrigação diária indispensável, como aqueles rituais físicos que praticamos no banheiro.

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