terça-feira, 19 de junho de 2012

Sonhos

Freud acreditava que os sonhos eram manifestações inconscientes dos nossos desejos e que levavam em conta os acontecimentos mais recentes. Mas Jean Cocteau naquele filme, Orfeu, sugere que os sonhos são uma espécie de território intermediário entre o mundo dos vivos e o universo dos mortos. Há uma passagem notória e de arrepiar os cabelos em Freud, em que ele conta o sonho de um pai em que o filho morto (e que estava sendo velado numa sala) aparece-lhe coberto de chamas reclamando: "Pai, não vê que estou ardendo?". O pai acorda, vai até onde estava o corpo do filho e vê que uma das velas tombara sobre ele, chamuscando o cadáver. É impressionante. Histórias assim e sonhos realistas com pessoas já falecidas me levam a acreditar que Cocteau tinha uma certa razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário