terça-feira, 22 de novembro de 2011

Filmes, Cores e Preconceitos


Passei a seguinte proposta de redação para os meus alunos: escrever sobre o seu filme favorito.

As escolhas deles geralmente recaem sobre (bons) filmes mais ou menos recentes: Titanic (1997), O Perfume - História de Um Assassino (2006), Um Amor Para Recordar (2002), O Cavaleiro das Trevas (2008). Mas noto uma certa resistência e até mesmo preconceito, da parte deles, de assistirem filmes clássicos, em preto-e-branco.

Em primeiro lugar: o preto-e-branco. Haverá coisa melhor em fotografia cinematográfica que o jogo de luz e sombra dos filmes noir, inspirada no expressionismo alemão? Eu amo incontáveis filmes clássicos em preto-e-branco como O Terceiro Homem, Psicose, Os Boas Vidas, Nosferatu, O Mensageiro do Diabo, Cidadão Kane, A Sombra de Uma Dúvida, A Palavra, Através do Espelho, O Homem Elefante, etc. Privar-se de tais filmes é privar-se da arte do cinema.

Eu amo igualmente certos filmes recentes que adotam com muita beleza e maestria a fotografia PB: Control (2007), Sin City (2005) ou A Fita Branca (2009).

Não poderia deixar de mencionar um filme que extrai sua extraordinária poesia justamente do contraste entre a fotografia PB e a cores: A Vida em Preto e Branco (1998).

Não consigo entender pessoas que têm preconceitos de cor, mesmo que seus preconceitos se limitem a filmes.

Os alunos aproveitaram para me perguntar qual o meu filme favorito. Os anos passam, mas o mais impressionante dos filmes continua sendo o estupendo Magnolia (1999), de Paul Thomas Anderson.

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