terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Cinema à Flor da Pele
A Pele Que Habito (2011), de Pedro Almodóvar, é um filme magnífico, cheio de reviravoltas, cenas perturbadoras e surpresas deliciosamente pervertidas. Além de ser o primeiro do diretor espanhol a se enquadrar no gênero Horror, um gênero ambíguo por excelência, que exige de seus melhores realizadores toques de humor e de kitsch (pensemos em Frankenstein, Dracula, O Lobisomem, A Múmia, etc).
Como o cinema almodovariano sempre transbordou de humor e de kitsch, A Pele Que Habito funciona como um híbrido de melodrama, comédia e suspense, bem ao estilo do diretor, contando uma história que envolve imagens e temas caros a inúmeros filmes que criam tensão nervosa: vingança, irmãos que se odeiam, desfiguramento por queimaduras, experimentos científicos torturantes, sequestros, suicídios, um cientista maluco, calabouços escuros, lençóis empapados de sangue, etc.
Há ainda os temas implícitos, como a dualidade sexual de todos nós, as questões de identidade e de gênero que acabam sendo embaralhadas e postas de cabeça para baixo pelo diretor.
Almodóvar orquestra todos esses temas como um maestro regendo uma partitura.
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