quinta-feira, 12 de agosto de 2010
O Único Romance de Canetti
Nos últimos dias tenho me dedicado à leitura de Auto-de-Fé, o primeiro e único romance de Elias Canetti, tijolaço que é considerado por muita gente boa um dos melhores romances do século vinte.
O livro, a meu ver, está longe de ser a obra-prima de Canetti. O genial Massa e Poder leva o prêmio. Mas Auto-de-fé tem seus momentos: é um livro que prende a atenção. O grande pecado do livro são os seus protagonistas - completamente caricaturais, ilógicos, às vezes tão patetas quanto personagens de historinhas em quadrinhos.
A história seria cômica, não fosse trágica: um intelectual alienado obcecado por livros que se casa com uma faxineira vulgar. Tudo em tom de farsa, baixa farsa, e que deve terminar muito mal, creio eu. O livro não dá sono. Mas Canetti tem coisas melhores.
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