segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Filme Sonhado


A Origem (Inception, 2010), de Christopher Nolan, é um filme que confundiu as cucas dos diversos casais-balde-de-pipoca presentes à sessão, que ficavam fazendo cara de ponto de interrogação, obviamente sem entender a "lógica" de um filme que segue a lógica (e o absurdo) dos sonhos.

Quem não entende um filme desses vai ver é surdo. O filme chega a ser tão explicativo sobre seu próprio modus operandi que chega até a ser meio cansativo. Mas o público de cinema hoje em dia anda tão viciado em clichês que se um filme comete a ousadia de falar da arquitetura de sonhos ou se nos oferece várias camadas sobrepostas de realidade e imaginário (algo que, no fundo, todo filme faz) fica parecendo muito complicado, ou supremo pecado: "cabeça" demais.

A Origem é puro entretenimento, mas também funciona como um labirinto complexo: mergulhar nele equivale a uma experiência desconcertante e desorientadora. Emergi da sala com uma sensação maravilhosa, um misto de perplexidade sensorial e de deslumbramento visual.

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