quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apontamentos para um ensaio futuro


Um ensaio não muito longo, espero, sobre o eterno adolescente, idéia que me parece cabível como reflexão sobre as mentalidades da nossa predominante cultura de entretenimento:


- Rever os filmes “Little Children”, com Kate Winslet e Juventude Transviada, com James Dean.


- Reler Rimbaud (há uma biografia recente, de Edmund White, que já encomendei) e também Radiguet, procurar um ensaio de Camile Paglia (sobre a sem-gracice dos efebos, mas ao mesmo tempo seu reconhecimento de que a adolescência é o único momento em que o homem se vê livre da autoridade feminina representada pelas figuras da mãe e da esposa);


- Contrapor isso a Machado de Assis (em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador já se sente homem feito quando lhe nascem os primeiros tufos de bigode: no séc. XIX o homem emergia da infância diretamente para a chamada vida adulta, pois naquela sociedade patriarcal o desejado era se tornar logo um homem adulto, um senhor de posses e de escravos. A hoje tão superestimada adolescência e o desejo de ser o eterno adolescente sequer existiam) o que me leva a perguntar: esse fascínio todo pelo “adolescente” é um fenômeno recente, do final do século XX e na totalidade deste séc. XXI?


- E o Romantismo (Goethe, Werther, Tristão e Isolda)?


- E Shakespeare (Romeu e Julieta)?


- O conceito de "fim da infância". Reler o poema homônimo de Montale.


- Carlos Drummond de Andrade em "O Observador no Escritório" dizia que em nossos dias não havia mais crianças porque a televisão conferia maturidade a todas;


- Reler o conto fantástico "Teleco, o Coelhinho", de Murilo Rubião, como uma alegoria da caótica (e breve) liberdade da juventude.

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