quarta-feira, 13 de julho de 2011

Os festivais e os nazistas


O grande bate-boca que deu colorido à Flip deste ano girou em torno do escritor e cineasta Claude Lanzmann, cuja decisão de se recusar a debater um determinado assunto foi comparado pelo seu mediador com a tática "nazista". Mas essa polêmica definição parece gêmea daquela que envolveu o intelectual e cineasta Lars Von Trier, que num súbito acesso de humor negro se disse "nazista" em pleno Festival de Cannes deste ano, tendo sido por isso convidado a se retirar do evento.

Indiferente a todos esses barracos em que a horrenda questão nazista nada tem a ver com o pato, estou assistindo ao impressionante documentário Shoah, de Lanzmann, via YouTube, sobre o holocausto e suas vítimas, baseado em entrevistas com os sobreviventes do genocídio e seus familiares, filmado em locações nas fantasmagóricas ruínas dos campos de concentração nazistas e nas florestas em que os corpos eram enterrados. Shoah é um filme longo, com 9h de duração, mas o tema e a abordagem são tão precisos e senhores de si que não se consegue deixar de prestar atenção, cheia de assombro, a nenhum dos depoimentos.

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