segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eu, Zac Efron e Orson Welles


"Eu e Orson Welles" (2008), de Richard Linklater, é um filme delicioso, brilhantemente interpretado por seu elenco, especialmente por Christian McKay, no papel soberbo de Orson: gênio, ator, diretor, persona carismática, intelectual, prestigitador, diretor renomado, enfant terrible das artes, falsário, lenda do cinema, homem sedutor, temperamental, grandioso, cujo primeiro filme, Cidadão Kane, é considerado, quase por unanimidade, o maior filme de todos os tempos, pedra de roseta do Modernismo na chamada sétima arte.

O filme já seria brilhante se apenas se dedicasse à figura de Orson Welles, mas vai muito além ao recriar os ensaios e a encenação de sua primeira produção teatral, uma montagem de Julio César, de Shakespeare. Como aponta o crítico Roger Ebert, talvez nenhum outro filme trate com tanta atenção e paixão o teatro. O filme mostra tudo que acontece no palco e nos bastidores: as intrigas, os chiliques, as fofocas, os choques de egos, as seduções, os incidentes, as superstições, o nervosismo da estreia, as brigas, as discussões, etc.

Nunca pensei que um filme com Zac Efron pudesse conter tamanha alegria. O diretor, Richard Linklater, faz um filme atípico e absolutamente encantador. Os diálogos irônicos e inteligentes são um dos seus pontos fortes. Já a performance de Mckay, encarnando Orson Welles, é diabólica.

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