
O filme utiliza uma fotografia em preto-e-branco absolutamente admirável para retratar uma comunidade tradicional sendo erodida por um "mal sem rosto". Haneke deixa-nos, como Kafka, na eterna iminência de alguma coisa muito ruim, uma violência gratuita que paira no ar a todo instante, uma crueldade absurda que parte não se sabe de onde e nem a quem pretende atingir, que envolve a todos numa onda de medo, tensão e desconfiança, que abala todos os núcleos daquela comunidade, levando seus membros a questionarem o próprio sentido de suas vidas.
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