sábado, 22 de janeiro de 2011

No meio do caminho


A sensação que tenho com este blog é que eu estou sempre importunando a indiferença das pessoas ao falar de livros, filmes ou discos que as pessoas não tem a mínima vontade de ler, de ver ou de ouvir. Aliás, são justamente estes livros, filmes ou discos que ninguém mais quer ler, ver ou ouvir que criam entre mim e os outros uma espécie de barreira, de obstáculo intransponível como a pedra no meio do caminho do Drummond, isso foi o que me explicou um amigo meu, que também estudou comunicação. Eu estabeleço padrões altos demais, segundo ele.

A total indiferença a obras de arte dessas pessoas, que no fundo não querem pensar em nada fora delas e estão apenas ocupadas consigo mesmas, é o que me diferencia delas e nos torna completos estranhos, creio que seja isso que meu amigo quis me alertar. É o que nos afasta, o que nos repele. Certamente, é fastidioso para mim ter que conviver com pessoas que são absolutamente indiferentes a tudo aquilo que me parece interessante e que mais aguça a minha curiosidade e intelecto, pois certamente tais pessoas abriram mão de qualquer esforço mental e cultivam exclusivamente a própria ignorância e a própria vulgaridade, e da mesma forma, deve ser absolutamente angustiante para essas pessoas a minha presença, já que não compartilho o mesmo entusiasmo que elas demonstram por coisas banais como fazer compras, espalhar mexericos ou ver TV.

Mas é justamente nesse ponto que reafirmo minha necessidade de manter o fosso que me separa dessas pessoas, e de toda sua burrice e futilidade, afinal não desejo me aproximar daquilo que me dá apenas repulsa e prefiro manter os padrões elevados, ou seja, prefiro me isolar daqueles que me aborrecem mortalmente. E continuarei aqui a falar de livros e filmes e discos.

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