quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Francês Sacana


Eu nunca havia lido nada do famigerado escritor francês Michel Houellebecq. Mas como adoro uma boa provocação, pedi um dos seus mais badalados e polêmicos livros, Plataforma.

Comecei, já pensando: tenho uma porção de coisas bem melhores para ler do que isto. Mas não. Houellebecq não faz feio. Seu livro é muito interessante. Prende a gente. É um estilo virulento. Chuta os cachorros velhos. Muita gente o considera ofensivo. Só ofende os babacas que merecem ser ofendidos.

O melhor são as digressões. Não sobra pedra sobre pedra quando ele discorre filosoficamente sobre algum tema, uma religião, uma cidade (São Paulo leva várias bordoadas) ou alguma classe de pessoas. A parte menos convincente do livro, a meu ver, é a ênfase no sexo. Nada muito constrangedor, mas é preciso ser um Phillip Roth em O Teatro de Sabbath ou uma contista como Márcia Denser para escrever sobre sexo sem lembrar uma daquelas confissões de estripolias sexuais de revistinha de sacanagem.

Mas Houellebecq passou no meu teste da farinha literário. Quero urgente ler outras coisas dele. Vicia, eu presumo.

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