quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Andei totalmente afastado do blog por ter voltado a pintar (Iniciei uma sequência de cinco telas novas na última semana). Mas nos intervalos longe dos tubos de tinta e antes de dormir, andei lendo bastante. Começando por Caro Michele, da italiana Natalia Ginzburg. Trata-se de uma narrativa epistolar lançada pela Cosac & Naify e integra a maravilhosa coleção Mulheres Modernistas.

Ginzburg é única. Tem um estilo objetivo, vastamente descritivo e sabe dosar suas narrativas com um humor cítrico, azedo a qualquer sentimentalismo barato. Todas as suas histórias envolvem pessoas enfiadas em problemas prosaicos, mas no fundo são elegias, como aqueles dois cintilantes e encantadores contos do livro Família.

Caro Michele
não fica atrás. É uma novela que toca com sutileza em vespeiros variados, como relações entre pessoas de classes sociais diferentes, depressão, tagarelice feminina, homossexualismo. As personagens de Natalia Ginzburg possuem uma ironia afiada, o que torna seus livros mais do que atuais, indispensáveis.

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